DILMA E O FUTURO
Carlos Chagas
Dizem os cultores da astrologia que o
inferno zodiacal acontece no período de um mês anterior ao aniversário
das pessoas. A presidente Dilma aniversariou em dezembro, logo não
deveria estar, em fevereiro, enfrentando crises e percalços variados.
Mas está. Observadores descompromissados concluem viver a chefe do
governo um período amargo e perigoso. Capaz de perturbar seu futuro e
embaralhar as cartas políticas já postas sobre a mesa.
Traduzindo: já não há tanta certeza de que Dilma
vencerá tranquilamente a eleição de outubro ou, mesmo, que sua
candidatura ao segundo mandato está garantida.
As próximas pesquisas poderão revelar surpresas,
apesar dos baixos índices de seus adversários. A verdade é que a
companheira enfrenta um inferno zodiacal fora de época.
Começa que as manifestações de rua continuam, seja em
protesto aos gastos com a Copa do Mundo, seja diante dos sofríveis
serviços públicos que autoridade alguma, federal, estadual ou municipal,
conseguiu aprimorar. A tendência é que aumentem.
Do apagão não haverá que falar, atingindo onze
estados um dia depois de o ministro Lobão sustentar que o risco era zero
de faltar luz no território nacional. Pior ficou o quadro quando a
presidente mandou liberar bilhões para atender as empresas contratadas
para gerar e distribuir energia. Exigência, pressão ou chantagem por
parte do setor que vem deixando de cumprir suas obrigações?
Mas tem mais. A reforma do ministério está sendo um
desastre. Dilma conseguiu acirrar os ânimos no PMDB sem a contrapartida
de pacificar outros partidos. Ofendeu Eunício Oliveira convidando-o para
ministro da Integração, quando até as pedras do Ceará sabem que o
senador é candidatíssimo ao governo do estado, liderando todas as
pesquisas. Ainda mais porque o convite foi feito para agradar o
governador Cid Gomes, que busca outro candidato. Resultado, entre outras
indefinições: o PMDB decidiu não indicar ninguém, sequer participando
das reuniões de líderes do governo. O vice-presidente Michel Temer está
agastado pela pouca atenção que lhe é devida.
Apesar de haver contentado o PT com a nomeação de
quatro ministros saídos dos seus quadros, ela sabe muito bem não contar
com a simpatia da maioria do partido. Cada vez mais os companheiros
tentam passar de liderados a condôminos, imaginando-se tutores.
Outra característica da presidente, acentuada nos
últimos dias, está sendo sua irritação no trato com auxiliares. Dia sim,
outro também, explode, afirmando que demitirá este ou aquele assessor
ou ministro, para esquecer a decisão horas depois, apesar de ouvida por
quantos se encontrem à sua volta.
No fundo pode estar a insegurança de Dilma com o
futuro. Sabe que o Lula a apoia, mas desde que a reeleição pareça
garantida. O ex-presidente está no banco, com as chuteiras calçadas.
Poderá entrar em campo ao menor sinal de perigo no placar. As
arquibancadas ensaiam o coro para que adentre o gramado, prontas para
aplaudi-lo.
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Como disse aqui ontem : Não acredito na reeleição da Dilma e muito menos em sua candidatura.O plano "B" está sendo colocado em prática , inclusive a barba já está crescendo para a grande revelação, é só aguardar.
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