Os Lazarentos “sem jeito"
Por Valmir Fonseca
Numa
comunidade numerosa como é a população da maioria dos países, sabemos que
existem tradições e condutas diferentes, e que em alguns, uma porção
significativa, nem opinião tem.
Uma
parcela ponderável nem está preocupada com qualquer coisa, a não ser a sua
sobrevivência, sempre esperando ganhar os meios para que consiga viver sua
vidinha sem grandes esforços, inclusive que receba as suas “dádivas de esmolas”,
como um milagre dos céus, não lhe interessando, se vive numa ditadura, numa
democracia ou sob qualquer tipo de credo ou ideologia.
No
Brasil, os jeitosos são uma praga. Querem, e em geral, levam vantagem
em tudo.
Portanto,
nada há de estranhar, se elegem gente de sua laia, que jeitosos também vão
sacar a sua polpuda parte, mas que amiúde estarão promovendo como escambo
embromador, uma cornucópia cheia de benefícios para os seus acólitos.
É a
certeza do retorno em futuro voto.
As
propostas podem ser demagógicas e extremamente onerosas para os “lazarentos sem
jeito”, mas os sacripantas nem se importam, pois não sairão de seus bolsos as
suas eleitoreiras propostas.
Como o
universo parlamentar é dominado por patifes do mesmo feitio, as propostas são
aprovadas por unanimidade.
Assim,
lá vamos nós, sendo manipulados grosseiramente, e pagando um alto custo para
que os parlamentares vivam no Olimpo da corrupção, e os jeitosos sobrevivam
às expensas dos recalcitrantes sem jeito, que pagam os pesados impostos
arrecadados.
Alguns
comentam que um dia faltará bolo para todos; na prática, já falta, como
verificamos nas áreas mais importantes do País, na Educação, na Saúde, na
Segurança e no corte vergonhoso nos recursos de outras áreas primordiais, como
as Forças Armadas.
Mesmo,
quando são nítidos os sinais de que a economia sucumbe, as boas novas estão
sempre em destaque na grande mídia.
Atualmente
é a Copa do Mundo, e o Carnaval, é claro.
Vivemos
uma monumental orgia, embora o recrudescimento das manifestações de rua e as
greves, bem como a total falta de segurança pública sejam óbices conhecidos e
corriqueiros, mas com as partidas diárias de futebol, o BBB 14, os Black Shits,
as novelas e as chamadas para a grande bacanal que será o nosso carnaval, fazem
a alegria dos jeitosos.
Aos sem
jeito, alertamos que está na hora de mudar de lado.
Como
dizem os expertos, “o mundo é dos vivos”, e como apregoa a nossa filósofa
Marta, “se o estupro é inevitável”, e é, “relaxa e goza”.
Não se
amofinem, nem sofram por sentir na própria pele que rumamos para o abismo, que
será mais prazeroso se cada um de nós estiver vestindo uma vistosa e colorida
fantasia, que poderá ser de palhaço, de idiota, de estrume, de comunista, de
militar da ativa, de...
Na
lúgubre caverna, estamos tentando, e a maioria, ao invés de relaxar, chora
de raiva; outros tantos, ao invés de gozar, gemem de vergonha.
Mas,
ainda resta uma esperança, a de que os Trezentos de Esparta ou os Templários ressurjam
indignados na frente do Congresso e, heroicamente, ponham porta afora todos os jeitosos que
lá se instalaram há décadas, alegando o usucapião.
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