Dona Lindu está abandonado
Única obra de Oscar Niemeyer no Recife, o parque à beira-mar, que custou R$ 34 milhões, é a imagem do esquecimento e também do desperdício.
O Parque Dona Lindu, construído pela
Prefeitura do Recife à beira-mar de Boa Viagem, na Zona Sul, custou R$
34 milhões e tem menos de cinco anos de uso. Mas, padece por falta de
manutenção. Os estragos são evidentes na tela rasgada da quadra
poliesportiva, no gradil quebrado da pista de skate, nos banheiros
avariados, nas placas de informação rasgadas e nas árvores secas.
Nem água para lavar as mãos tinha, ontem, nas torneiras do banheiro feminino. O sanitário reservado aos deficientes físicos, no banheiro masculino, está interditado porque a descarga entupiu. E o fraldário, para atender crianças até 3 anos de idade, está sem descarga. Todos estão com lâmpadas queimadas.
Nem água para lavar as mãos tinha, ontem, nas torneiras do banheiro feminino. O sanitário reservado aos deficientes físicos, no banheiro masculino, está interditado porque a descarga entupiu. E o fraldário, para atender crianças até 3 anos de idade, está sem descarga. Todos estão com lâmpadas queimadas.
Das seis lâmpadas do banheiro masculino,
só três acendem. Interruptores de luz e suportes para o papel higiênico
encontram-se quebrados. As maçanetas das portas dos sanitários foram
trocadas por ferrolhos e os espelhos são manchados por pontos pretos. No
lado feminino, há, também uma rachadura no espelho. A fórmica do
acabamento de portas e paredes está se soltando.
Galeria de imagens
Grades da quadra poliesportiva estão destruídas
A Prefeitura do Recife disse que vai investir R$ 150 mil para recuperar o alambrado da quadra, pista de skate, sinalização, conserto e manutenção de brinquedos, além de pintura.
De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) da PCR, os serviços começam no próximo mês e o prazo para execução é de 40 dias. A empresa informa que investe cerca de R$ 30 mil por mês na manutenção do parque, que é danificado por vândalos, diz a nota. Já para coibir as depredações, a Secretaria de Segurança Urbana do Recife planeja um sistema de monitoramento por vídeo para o Dona Lindu.
JORNAL DO COMMERCIO
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Embora essa reportagem seja do ano passado, publicado em 17/10/2013, às 07h52, esta postagem visa mostrar como se joga dinheiro fora nesse país, ESSE AÍ É O MONUMENTO AO PUXA-SAQUISMO.
VAMOS EM FRENTE:
No mesmo Jornal do Commercio de hoje 08/03/2014:
Mistério da Copa: quanto custou a Arena Pernambuco?
A cem dias do evento, pergunta é refeita pela Lei de Acesso à Informação
Publicado em 08/03/2014, às 00h36
Giovanni SandesValor de R$ 532 milhões era só o orçamento inicial das obras
Alexandre Gondim/JC Imagem
Quanto custou a Arena
Pernambuco? Se você buscar na internet e achar R$ 532 milhões, nada mais
errado. Há quase um ano, desde que o estádio ficou pronto, o governo
admitiu que o custo aumentou. Mas nunca disse para quanto. Chegou-se a
falar em algo próximo a R$ 650 milhões, depois mais nada. A menos de cem
dias da Copa 2014, desta vez a pergunta foi feita de forma diferente,
por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), criada para dar mais
transparência à administração pública. O resultado foi mais mistério. O
governo reconhece o óbvio, que os R$ 532 milhões eram só o “investimento
inicial” e que recebeu um pedido de aumento. E só. É assim que a
pergunta continua: afinal, quanto custou a Arena Pernambuco?
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O governo federal criou em 2011 a Lei de
Acesso à Informação, a LAI, também replicada no Estado. Ela cria a
transparência ativa, a obrigação do governo de divulgar toda e qualquer
informação sob sua custódia, com exceção de questões que ameacem a
segurança, por exemplo. E também a transparência passiva, a obrigação do
gestor público de responder a questionamentos de qualquer cidadão.
Com a LAI, a reportagem protocolou no
último dia 12 um pedido de informação com três questões, uma delas
direta, sobre a arena. A resposta da Secretaria de Planejamento e
Gestão, três semanas depois, foi esquiva: “O investimento inicial
previsto, conforme proposta vencedora da licitação, foi de R$ 532
milhões. Encontra-se, em análise pelo Estado, pedido de reequilíbrio
econômico-financeiro.”
A resposta mistura questões bem
diferentes. Para entender, basta lembrar que a concessão com a Arena
Pernambuco Negócios, do grupo Odebrecht, é uma parceria público-privada
(PPP): mistura 3 anos de obras e 30 anos de prestação de serviços.
Por causa do prazo longo, o pagamento de
tudo em geral é diluído em três décadas, um custo final bem maior que o
da construção. É como um apartamento: o financiamento custa bem mais
que o imóvel.
Então, este é o drible do governo: perguntado sobre o “preço do apartamento”, diz estar revendo o financiamento.
Então, este é o drible do governo: perguntado sobre o “preço do apartamento”, diz estar revendo o financiamento.
Para evitar mal-entendidos, o JC
voltou a buscar a Secretaria, pela assessoria de imprensa, enfatizou a
diferença entre uma questão e outra e repetiu a pergunta: qual foi o
custo da Arena Pernambuco? A resposta foi a mesma: “Encontra-se em
análise pelo Estado pedido de equilíbrio econômico-financeiro, que
resultará no valor final do contrato.”
Apesar da esquiva, já é mais que sabido,
o orçamento estourou. Quando o contrato foi assinado, em 10 de junho de
2010, o Estado se comprometeu a levar para a arena os 20 melhores jogos
por ano de cada um, Náutico, Sport e Santa Cruz, uma receita anual de
R$ 73,2 milhões.
A condição era suspensiva: sem times,
sem obras. Então, um aditivo em 21 de dezembro de 2010 destravou tudo. O
Estado garantiu uma receita mínima de R$ 36,6 milhões por ano até 2043.
Mas o prazo de obras ainda era 3 anos, ou seja, depois da Copa das
Confederações, em dezembro de 2013. O governo pediu para a entrega em
abril, a um custo alto: só o número de operários dobrou para 5 mil.
Em maio de 2013, o secretário
Extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, disse que a “ordem de grandeza”
do novo custo era R$ 650 milhões. Depois silenciou sobre esse ou
qualquer outro número. Naquele mesmo mês, a IFL Empreendimentos e
Tecnologia foi contratada para rever todo o contrato, após pedido de
revisão da Odebrecht.
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Por que estou abordando esse assunto?
Depois de assistir a situação de escolas em Pernambuco, Maranhão no Fantástico da Globo.
Volto ao assunto amanhã.
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