"Então,
o PT copiou as politicas econômicas e sociais de FHC, mas sempre as criticando
como herança maldita. Mesmo assim o PSDB foi o grande auxiliar de Lula, muito
mais do que parte do PT que cindiu e formou o PSOL e mais ainda do que a base
aliada. E quando Lula poderia ter sofrido o impeachment à época da CPI dos
Correios, FHC sustentou o amigo no poder. Aliás, com raras exceções, os tucanos
sempre demonstraram um imenso encantamento por Lula e nunca souberam ser
oposição enquanto o PT, de modo implacável, atacava como ainda ataca Fernando
Henrique e sua herança maldita."
ASCENSÃO E QUEDA
Maria
Lucia Victor Barbosa
08/09/2012
Para simularem uma espécie de ideologia de
esquerda e protegerem seu “pobre operário”, Lula da Silva, que há muito não é
pobre nem operário, ardilosamente os donos do poder inventaram que elite é aquela
entidade suja e rancorosa composta por ricos impiedosos, que aliados a uma
imprensa a serviço de monstruosos interesses têm como objetivo destruir o
magnânimo pai da pátria e seu partido. Enfim, uma atraente versão tropical e
populista da luta de classes, algo que deve ter feito Karl Marx tremer na
tumba.
Nos
estudos clássicos de Sociologia o termo elite ou escol tem sentido bem
diferente como os vistos nas primeiras abordagens elaboradas pelos chamados
“maquiavelistas”, Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca, Robert Michels e Georges
Sorel. Em vez da luta de classes eles consideravam que a história das
sociedades é a luta das elites pelo poder.
Pareto
(1848-1923) entendia elite de modo positivo, pois fariam parte do escol pessoas
de qualidades excepcionais tanto pelo seu trabalho quanto por seus dotes
naturais e, de forma realista afirmou: “Todo escol que não se dispõe a travar
batalha para defender suas posições está em plena decadência; só lhe resta
deixar o lugar a outra elite que tenha as qualidades viris que lhe faltam”.
Gaetano Mosca (1858-1941) preferiu o termo
classe dirigente ou dominante em vez de elite para designar a distinção entre
dirigentes e dirigidos.
Sem
aprofundar a discussão sobre tais teorias lancemos um olhar sobre o quadro das
eleições municipais lembrando que, pelo fato do PT se manter na presidência da
República há quase 10 anos se pode dizer que é a classe dirigente, dominante ou
elite sem, é claro, as boas qualidades de que falou Pareto.
Posto
isso, recorde-se que na sua longa trajetória para lograr Lula lá os petistas
desenvolveram certas táticas que continuam usando, tais como: Jamais aceitar críticas
por menores que sejam e reagir às mesmas com maior agressividade possível;
encarar o adversário como inimigo; invés de argumentar desqualificar quem não
reza por sua cartilha como incompetente, rancoroso, invejoso, membro da
famigerada e suja elite; usar a sedutora e comovente imagem de vitima
transformando suas vítimas em seus algozes; distorcer ao máximo os fatos; usar
de meios baixos para atacar adversários como, por exemplo, falsos dossiês ou
compra de apoios.
Essas
táticas foram usadas à exaustão para resguardar a figura de Lula tornada excelsa.
Para ele só o elogio, qualquer crítica é considerada como grave preconceito.
Então, amparado pelos companheiros e pelo marketing o guardião do poder petista
exerceu plenamente o paternalismo pedagógico e a alienação das massas. Ele foi
o “líder-preceptor que precede ao nascimento do Estado-Nação”. Por isso sempre
dizia com prazer: “nunca antes nesse país”.
Antes
de chegar ao cargo mais alto da República o PT soube ser oposição. Durante os
oito anos de mandato de FHC petistas gritaram: “fora Fernando Henrique”. Ao
mesmo tempo, tudo que FHC fazia era estridentemente criticado.
Apesar
disso, quando Lula finalmente alcançou a presidência da República, Fernando
Henrique inventou a “transição”, ou seja, colocou a disposição de Lula seus
melhores técnicos para que ensinassem aos neófitos do PT como se governa.
Então,
o PT copiou as politicas econômicas e sociais de FHC, mas sempre as criticando
como herança maldita. Mesmo assim o PSDB foi o grande auxiliar de Lula, muito
mais do que parte do PT que cindiu e formou o PSOL e mais ainda do que a base
aliada. E quando Lula poderia ter sofrido o impeachment à época da CPI dos
Correios, FHC sustentou o amigo no poder. Aliás, com raras exceções, os tucanos
sempre demonstraram um imenso encantamento por Lula e nunca souberam ser
oposição enquanto o PT, de modo implacável, atacava como ainda ataca Fernando
Henrique e sua herança maldita.
O
resultado é o que se vê no momento em São Paulo: José Serra em queda e Celso
Russomanno subindo nas pesquisas de intenção de voto.
Na
verdade, o PSDB não soube ocupar seu lugar como oposição. Deixou um vácuo que
vai sendo ocupado por outro ator político. O PT, que nunca brilhou muito na
capital paulista entrou em rota de desgaste com o julgamento do mensalão no
STF, a doença de Lula, a emergência de outras lideranças políticas, a
insatisfação do funcionalismo público e dos ditos movimentos sociais com a
presidente Rousseff.
Ascenção
e queda são ciclos inevitáveis na vida pessoal e na dinâmica das sociedades. No
Brasil algumas mudanças estão acontecendo. Uma coisa boa e
que trás
um raio de esperança é o julgamento do mensalão a demonstrar a independência do
Poder Judiciário e, portanto, o resguardo da democracia.
No
mais, como disse Pareto, perdem os que não se dispõe a travar batalha para
defender suas posições. Isto é bem mais importante do que apresentar renovação
de candidatos. Que o PSDB aprenda a lição se quiser chegar de novo à
presidência da República.
Maria
Lucia Victor Barbosa é socióloga.
@maluvi
FHC IMORAL.
ResponderExcluirDesemprego.
Salario minimo 70 dolares.
Emprestimos FMI.
Apagoes.
Quebradeira de Bancos.
Inflação manipulada.
Compra de voto.
O PORCO não tem a MÓRAL de falar do IMUNDO.