A organização milionária da mulher de Delúbio
Mônica Valente comanda o escritório brasileiro de associação que recebe R$ 7 mi por ano para representar sindicatos
Josie Jeronimo
DONA DO COFRE
O ex-tesoureiro do PT (á esq.), Delúbio Soares, diz que depende da mulher,... Mônica Valente, para honrar suas despesas. Ela cobra um euro por filiado à associação que dirige
O ex-tesoureiro do PT (á esq.), Delúbio Soares, diz que depende da mulher,... Mônica Valente, para honrar suas despesas. Ela cobra um euro por filiado à associação que dirige
Exonerado do cargo de professor da rede pública de Goiás e vivendo
oficialmente da renda de uma imobiliária virtual, o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares costuma dizer que depende da mulher para honrar suas
despesas. Mas não deve ser com os rendimentos do ofício de psicóloga que
Mônica Valente tem conseguido ajudar o marido. Desde a militância à
frente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na década de 90, Mônica
aprofundou sua atuação profissional no mundo dos sindicatos de
servidores. Membro do diretório nacional do PT, a mulher de Delúbio
comanda o escritório brasileiro da Internacional do Serviço Público
(ISP), entidade que desempenha o papel de intermediário entre os
sindicatos de funcionários públicos e organismos globais, como
a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A adesão das
confederações à ISP custa um euro por filiado. Em conjunto, as 26
confederações filiadas à associação comandada por Mônica Valente
repassam para ela R$ 7 milhões por ano das receitas obtidas com o
imposto sindical. As informações foram confirmadas à ISTOÉ por
dirigentes de entidades ligadas a esse braço brasileiro da organização
internacional.
O destino desse dinheiro todo, porém, é um mistério até mesmo para as
entidades que pagam pela filiação. A ISP recebe recursos das
confederações que representam os servidores públicos e não presta
contas. Por isso, a filiação à ISP gera polêmica na base das
confederações. Sindicalistas contrários ao repasse de dinheiro à
associação alegam não entender para que serve o dinheiro aplicado na
entidade para a representação internacional. Argumentam que os
resultados da atuação da organização comandada pela mulher de Delúbio
deixam a desejar. Em dez anos de existência, por exemplo, apenas uma
denúncia contra cerceamento dos direitos trabalhistas teria sido aceita
pela OIT. “Ela não tem participação nas principais causas, não tem
programa. É mais uma entidade em que os dirigentes se apegam à estrutura
para ter benefícios. Recebe arrecadação das entidades e não tem
transparência”, critica Sandro Pimentel, um dos coordenadores da
Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras
(Fasubra).
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