segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DELUBIO E MARCOS VALÉRIO EM 2006 - Só para recordar alguns lances.



O ex-tesoureiro Delúbio (à esq.) e o lobista Marcos Valério: antes, unidos na farsa dos empréstimos.
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Ruiu o último fiapo da lorota que tentava justificar a origem da dinheirama do mensalão. Em julho passado, no auge do escândalo que revelou ao país o bando dos 40, o PT afirmou que o capilé vinha de empréstimos bancários tomados junto aos bancos BMG e Rural, que totalizavam 55 milhões de reais. Naquele momento, para dissipar a suspeita de que o dinheiro havia sido desviado dos cofres públicos, era conveniente ao PT dizer isso. A tese dos empréstimos foi apresentada pelo lobista Marcos Valério, confirmada pelo então tesoureiro Delúbio Soares e reafirmada pelo partido. Na semana passada, porém, descobriu-se que o PT mudou radicalmente de idéia. Diante de uma cobrança judicial movida por Valério, na qual ele cobra 110 milhões de reais do PT, o partido se defendeu com uma peça jurídica na qual – pasmem! – contesta a tese dos empréstimos que ele mesmo forjou. A nova tese do PT foi apresentada à Justiça no início de março e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na semana passada. Se a dinheirama não veio dos empréstimos, então está comprovado que veio dos cofres públicos? "A origem do dinheiro? Eu não faço a menor idéia", diz o advogado Márcio Luiz Silva, que trabalha para o PT. A CPI dos Correios e o Ministério Público afirmam que o mensalão foi financiado com desvio de dinheiro público. O PT nega. Até então, sustentava a farsa dos empréstimos. Agora, como isso deixou de ser conveniente, pois expõe o partido ao risco de ter de pagar uma bolada a Marcos Valério, a tese mudou. Gente de palavra.  

Revista VEJA  de  maio de 2006.

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