Opinião
Terça-feira, 04/12/2012SÍNTESES – Indiscrições do ex-presidente Lula
Até quando, Lula?
Publicado em 05/06/2012 | Cláudio SlavieroA única coisa da qual me arrependo nos dois anos em que presidi a Associação Comercial do Paraná, de 2004 a 2006, foi ter convidado o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para uma palestra a empresários na sede da entidade.
Primeiro porque este senhor fez uma série de promessas ao setor empresarial e quase nada cumpriu. E, segundo, e o que me parece muito importante, porque ele, durante e depois de seu governo, multiplicou exemplos de corrosão institucional e moral no Brasil e preocupou-se única e exclusivamente na construção e modelagem de seu próprio mito.
Este último episódio, envolvendo seu ex-ministro Nelson Jobim, e Gilmar Mendes, ministro do STF e ex-presidente da Corte, extrapolou.
A tentativa de lobby contra o julgamento do mensalão e seus autores é crime e deveria ser investigada em toda a sua intensidade.
Se a imprensa não houvesse trazido à tona, este verdadeiro crime teria sido abafado para sempre.
Como gosta de gabar-se Lula, “pela primeira vez na história desse país” um ex-presidente da República procurou um membro do STF para comentar-lhe que considera “inconveniente” o julgamento de uma ação que pode atingi-lo politicamente.
Este julgamento estaria fora de hora, segundo o ex-presidente, pela proximidade da campanha das eleições municipais deste ano.
Até quando este senhor pretende nos fazer de bestas?
Sempre com a desculpa esfarrapada e pronta de não saber de nada, de não se considerar culpado ou envolvido em crimes de qualquer natureza, ele mente descaradamente a todo o país, sustentado por seu próprio mito, alimentado por ele, pelo petismo e seus filhotes radicais.
O que houve foi um ultraje, que mostra o descaramento de quem não respeita as instituições.
A história pode julgar o ex-presidente Lula como um dos mais coniventes com a corrupção neste país e um dos maiores desrespeitadores das instituições republicanas.
Demagogo, populista que, desde seus primeiros discursos ao concorrer em 1989 à Presidência da República, dizia, nos palanques, que iria “varrer toda a corrupção e os ladrões de Brasília”, acabou por se abraçar com ela ao chegar ao Palácio do Planalto.
Aproveitou e surfou na onda de crescimento econômico internacional (hoje em declínio) durante seus oito anos de governo, ganhou espaço com a estabilidade da moeda, promovida pelo Plano Real (do qual era feroz crítico)
– implantado pelo seu antecessor –,
criou uma legião de dependentes com as bolsas de socorro, casou-se (de papel passado) e submeteu-se ao capital financeiro, infiltrou a “companheirada” por toda a máquina pública, provocando seu inchaço e aparelhamento, destruiu a ética e seus preceitos, desestabilizou as instituições (riu da educação e do hábito de ler), tentou controlar a imprensa, deixou que desapropriassem empresas brasileiras na Bolívia e na Argentina (fato atual, motivado pelo precedente), uniu-se a ditadores terceiro-mundistas, favoreceu seus familiares (exigiu passaporte diplomático para seus familiares; e um de seus filhos passou de zelador de zoológico a acionista/proprietário de uma grande empresa ),
foi conivente com os chamados movimentos sociais (como o MST, que em várias oportunidades desrespeitou absurdamente o direito à propriedade) e com as manobras petistas em todos os níveis. Os exemplos são infindáveis.
Se não bastasse essa quantidade de maus exemplos, o ex-presidente volta à cena tentando pressionar o STF para adiar o julgamento do mensalão. Se ele ainda fosse presidente, não seria o caso de pedirmos o seu impeachment?
Mas, agora, como simples cidadão, até quando ele continuará a nos fazer de bestas?
Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná.
GAZETA DO POVO
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