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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ameaças levaram Barbosa a antecipar aposentadoria

Democracia petista: Saída de Barbosa foi forçada por causa da prisão de mensaleiros…

Ordem e progresso?

Na imagem abaixo, retirada do Jornal O Globo, o ministro Joaquim Barbosa reclama aos amigos sobre constantes ameaças. Nas redes sociais, a capa do Jornal bateu recordes de compartilhamentos.
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“Não se surpreendam se eu largar o Supremo antes das eleições” — avisou Barbosa numa dessas conversas, informando que voltaria a dar aulas e a fazer palestras.

Antes do julgamento do mensalão, o ministro frequentava restaurantes e bares em Brasília e no Rio. E continuou a fazê-lo por algum tempo. Tudo mudou nos últimos meses, especialmente após a prisão de mensaleiros. Com a profusão de ameaças nas redes sociais, e o episódio em que foi abordado por um grupo de militantes do PT, ao deixar um restaurante em Brasília, Barbosa se sentiu forçado a mudar seus hábitos.

— Ele passou a evitar locais públicos por medo em relação à sua segurança. Parou de sair — disse um amigo de Barbosa: — Agora, ele está se sentindo aliviado. Ele estava cansado, quer viver a vida. Estava muito patrulhado, se sentia agredido com palavras, com provocações. Me disse: “Tô precisando viver”.


Leia a reportagem na íntegra clicando aqui:     

O GLOBO.COM

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

JOAQUIM BARBOSA PODE SE VINGAR ACEITANDO A CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA

Supremo agora é “tapetão” e Joaquim Barbosa pode se vingar aceitando a candidatura à Presidência

Carlos Newton

Em matéria de estratégia política, o PT e o governo federal (leia-se: Lula) estão enveredando por caminhos tenebrosos. Ao invés de cometer o erro de pressionar o Supremo a absolver os mensaleiros do crime de formação de quadrilha, cuja existência foi mais do que óbvia, o PT e governo federal (leia-se: Lula) deveriam ter deixado os mensaleiros responderem por seus atos ilícitos. Mas a vontade de achincalhar a Justiça falou mais alto.
O PT e o governo federal (leia-se: Lula) já tinham começado a ridicularizar a Justiça quando arranjaram emprego para Delúbio Soares na CUT, que é uma espécie de filial do partido, e lhe deram direito a “carro oficial” e até conseguiram que ele passe todo fim de semana em casa. Depois, a desmoralização prosseguiu com as vaquinhas para pagamento das multas dos condenados, algo inimaginável em termo de cumprimento de pena, um disparate completo, mas quem se interessa? Onde está o tal Ministério Público?
Agora, o circo ficou armado por completo, com a absolvição de José Dirceu por formação de quadrilha, como se fosse possível armar um macroesquema de suborno no Congresso Nacional por osmose ou geração espontânea, conforme já comentamos aqui no Blog da Tribuna da Internet.
FERA FERIDA
Com a absolvição dos mensaleiros por formação de quadrilha, a decepção do ministro Joaquim Barbosa foi impressionante. Jamais poderia imaginar que a audácia do PT e do governo federal (leia-se: Lula) chegasse a tanto. E agora, como o presidente do Supremo vai reagir a essa humilhação pública?
Como se sabe, Barbosa tem até o dia 5 de abril para se aposentar, filiar-se a algum partido e lançar-se à Presidência da República, bagunçando o coreto do PT.
Todos os candidatos o temem, inclusive Lula, que em 1989 perdeu uma eleição para Fernando Collor e sabe como o eleitorado gosta de uma novidade. Por isso, tentam devassar de todas as formas a vida de Joaquim Barbosa, para descobrir manchas em seu extraordinário currículo. É claro que muitos erros serão encontrados, ninguém é perfeito (ou atire logo a primeira pedra). Mas em comparação à quase totalidade dos políticos e autoridades brasileiras, a trajetória de Barbosa é algo insuperável.
Sua origem carente tem semelhanças com a de Lula, mas Barbosa conseguiu uma diferença fundamental. Ao contrário do ex-presidente, que sempre se orgulhou de jamais ter lido um só livro, Barbosa se tornou um intelectual de primeira categoria, com um currículo cravejado de concursos públicos e uma cultura realmente invejável. Fala vários idiomas e ainda se dá ao luxo de tocar piano e violino.
SE FOR CANDIDATO…
A pressão que hoje o PT e parte da mídia exercem sobre ele é implacável. Mas o resultado dessa perseguição pode ser exatamente o contrário. Por ter um temperamento irritadiço e combativo, agora pode ser que Barbosa responda a seus desafetos com a apresentação de seu candidatura. E aí o atual quadro da política mudará por completo.
Nessa hipótese, a eleição presidencial deixará de estar vencida pelo PT por antecipação, Dilma Rousseff sai de cena e Lula será imediatamente “convocado” pelo partido, enquanto Aécio Neves (ou José Serra) e Eduardo Campos (ou Marina Silva) apenas disputarão o terceiro lugar no primeiro turno, pois a realização do segundo turno estará mais do que garantida. Aliás, o PT jamais ganhou uma eleição presidencial no primeiro turno, lembram?
Como já alertamos aqui no Blog, irritem bastante Joaquim Barbosa, continuem prestigiando os mensaleiros e perseguindo o presidente do Supremo. E vejam bem aonde isso vai dar.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Da Condenação sem provas no STF-



O grande tema debatido na atualidade do Brasil certamente é a condenação dos réus do conhecido processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. Afinal, as condenações seguiram os princípios constitucionais do direito e de justiça? Segundo entrevista do jurista Ives Gandra da Silva Martins, José Dirceu foi condenado sem provas e acabou-se por produzir perigoso precedente no Direito Brasileiro. A nossa modesta contribuição de hoje, muito longe de fazer ciência, é uma coleta de dados e de opiniões além de sugestões acerca deste importante tema


Por | Francisco Mafra - Quarta Feira, 25 de Setembro de 2013




A reportagem

Publicada dias atrás no jornal Folha de São Paulo, reportagem conclui que o ex-ministro José Dirceu foi condenado sem provas. A teoria do domínio do fato teria sido  adotada de forma inédita pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para condená-lo.

A adoção da referida teoria teria trazido para o cidadão comum uma "insegurança jurídica monumental" pela razão de que a partir de agora, mesmo um inocente poderá sofrer condenação baseada somente em presunções e indícios.

A afirmação acima é do conhecido jurista Ives Gandra Martins, que se revela no polo oposto do "espectro político e divergiu "sempre e muito" de Dirceu".

Segundo Martins, o julgamento do escândalo do mensalão teria dois lados: um positivo de inaugurar a expectativa de um novo país com a punição de políticos corruptos e outro, ruim e perigoso, pelo abandono do STF do princípio segundo o qual a dúvida favorece o réu.

O princípio do in dubio pro réu, expressão latina que significa que a dúvida favorece o réu expressa o princípio da presunção da inocência é pilar do Direito Penal e se liga ao princípio da legalidade. Em outras palavras, se a prova não for certeira, mas duvidosa, a situação não pode gerar uma condenação.

Supostamente a inexistência de provas contra o réu José Dirceu teria gerado a utilização pelo STF da teoria do domínio do fato.

Teoria do domínio do fato

Interessante e necessário se perquirir a respeito da referida teoria. A simples pesquisa em enciclopédias virtuais permite à constatação de que a teoria do domínio do fato foi criada por Hans Welzel em 1939 para julgar os crimes ocorridos pelo Partido Nazista alemão. Ela consistiria na aplicação da pena ao mandante de um crime na qualidade de autor e não como partícipe do crime. No julgamento dos crimes nazistas, devido à jurisprudência alemã, a teoria não foi aceita.

A teoria foi desenvolvida em 1963 por Clauss Roxin e ganhou projeção internacional com a publicação da obra Täterschaft und Tatherrschaft.   Para ser aplicada a teoria, é necessário que a pessoa que ocupa o topo de uma organização emita a ordem do crime e comande o fato.

Na Argentina, a teoria foi utilizada para julgamento da Junta Militar da Argentina, considerando que os comandantes poderiam ser considerados culpados pelos desaparecimentos de várias pessoas durante o regime militar argentino. Também foi utilizada pela Suprema Corte do Peru ao culpar Alberto Fujimori pelos crimes ocorridos durante seu governo, alegando que ele controlou sequestros e homicídios. Foi também utilizada em um tribunal equivalente ao Superior Tribunal de Justiça na Alemanha, para julgar crimes na Alemanha Oriental. É muito utilizada no Tribunal Penal Internacional.

A teoria do domínio do fato teria sido utilizada inicialmente no Brasil no julgamento do escândalo do mensalão contra o réu José Dirceu ao condená-lo. As razões para tal teriam sido que ele deveria ter conhecimento do fato devido ao alto cargo que ele tinha no momento do escândalo.

As críticas geradas pela utilização de tal teoria seriam decorrentes da falta de provas contra o réu na participação dos crimes então julgados.

A própria Folha de São Paulo entrevistou Clauss Roxin, hoje com 81 anos de idade e colheu importantes observações a respeito da teoria em questão.

Para Roxin, participação no comando de esquema tem de ser provada. Devido à sua insatisfação com a jurisprudência alemã --que até meados dos anos 1960 via como participante, e não como autor de um crime, aquele que ocupando posição de comando dava a ordem para a execução de um delito, desenvolveu a teoria do domínio do fato, segundo a qual autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e faz o planejamento estratégico para que ele aconteça. O próprio autor diz que a decisão precisa ser provada, não bastando indícios de que ela possa ter ocorrido.

Fundamento utilizado no STF para se condenar o ex-ministro José Dirceu, para o autor que desenvolveu a teoria alemã, "Quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado".

Segundo Roxin, em relação aos crimes do nazismo, achava que quem ocupasse posição dentro de um aparato organizado de poder e desse o comando para que se executasse um delito, teriam de responder como autor e não só como partícipe, como queria a doutrina da época.

A jurisprudência alemã da época ignorou a teoria. Os êxitos se deram, entretanto, na Argentina, com o processo contra a junta militar de Jorge Rafael Videla, presidente da Junta Militar que governou o país de 1976 a 1981, considerando culpados os comandantes da junta pelo desaparecimento de pessoas. Está no estatuto do Tribunal Penal Internacional e no equivalente ao STJ alemão, que a adotou para julgar crimes na Alemanha Oriental. A Corte Suprema do Peru também usou a teoria para julgar Fujimori, presidente entre 1990 e 2000.

Ives Gandra rejeita absolutamente a utilização da teoria do domínio do fato para dar fundamento à condenação de um acusado supondo sua participação apenas pelo fato de sua posição hierárquica. A pessoa que ocupa a posição no topo de uma organização tem também que ter comandado esse fato, emitido uma ordem. Isso seria um mau uso.

Indagado se o dever de conhecer os atos de um subordinado implicaria em co-responsabilidade, responde o jurista que a posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta. Em relação ao caso do Fujimori, no Peru, por exemplo, foi importante ter provas de que ele controlou os sequestros e homicídios realizados.

Em relação à pressão da opinião pública por punições severas no mensalão, podendo ou não influenciar os juízes, na Alemanha há o mesmo problema. O clamor por condenações severas dispensa provas suficientes fato que, por si só, é perigoso para as instituições. Por não corresponder ao direito, o juiz não deve ficar preocupado com a opinião pública. Os juízes só se obrigam perante a lei e não perante às opiniões das pessoas leigas ou não.

O desconforto da população com a corrupção não pode desfigurar o arcabouço construído pelas normas jurídicas justamente para possibilitar a coexistência social dentro do modelo desejado e aceito pela maioria do povo, em consonância com os princípios da justiça e da democracia. Os juízes são justamente os garantidores da sua aplicação e do funcionamento das instituições sócias conforme os moldes legais e normativos desejados e institucionalizados conforme a Lei Maior que é a Constituição Federal.

Martins não aceita a teoria jurídica do domínio do fato em razão de se poder trabalhar com a mesma apenas com indícios e presunções e não com provas reais e concretas. Na teoria do domínio do fato a busca não é da verdade material, mas a de apenas um só depoimento capaz de incriminar uma pessoa. Em poucas palavras:

"Não há nenhuma prova senão o depoimento dela - e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental. Como um velho advogado, com 56 anos de advocacia, isso me preocupa. A teoria que sempre prevaleceu no Supremo foi a do "in dubio pro reo" [a dúvida favorece o réu]".

Para o referido advogado, o domínio do fato é novidade absoluta no Supremo. Foi uma teoria inventada, tirada de um autor alemão, embora também na Alemanha ela não seja aplicada. E foi base para condenarem José Dirceu como chefe de quadrilha do mensalão. "Aliás, pela teoria do domínio do fato, o maior beneficiário era o presidente Lula, o que vale dizer que se trouxe a teoria pela metade".

A existência da prova material de um crime, ressalte-se, dispensa a teoria do domínio do fato para gerar condenação.

Segundo Martins, não há provas contra José Dirceu e, nos embargos infringentes, Dirceu dificilmente vai ser condenado pelo crime de quadrilha.

Agora que vivemos em um regime democrático, muitas injustiças diante do poder são evitadas pelo princípio do iin dubio pro reu. A Constituição assegura a ampla defesa. O processo penal objetiva fundamentalmente a defesa do acusado e não a da sociedade.

A sociedade se defende por meio do seu aparelho para condenar. O que nós temos que ter no processo democrático é o direito do acusado de se defender. Ou a sociedade faria justiça pelas próprias mãos.

Pela primeira vez no Brasil se discute, em profundidade, se os políticos desonestos devem ou não ser punidos. O fato de ter se transformado o processo do mensalão num caso político tornou o julgamento paradigmático.  O Supremo sentiu o peso da decisão. Tudo isso influenciou para a adoção da teoria do domínio do fato.

Conclusão

A utilização da teoria do domínio do fato aconteceu para condenar o suposto chefe da quadrilha do mensalão, mesmo que aparentemente sem provas materiais. Entretanto, o real interessado e chefe da operação do mensalão não era o Presidente Lula? Por que não foi o mesmo nem processado e nem muito menos condenado? Com ou sem provas materiais? É a pergunta que não quer calar...

Autor

Francisco de Salles Almeida Mafra Filho é Doutor em Direito Administrativo e escritor

 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO - STF determina perda de mandatos para deputados condenados no julgamento do mensalão

Camila Campanerut, Fernanda Calgaro e Marina Motomura Do UOL, em Brasília Atualizado em: 17/12/2012 - 20h49 O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), condenados por participação no mensalão, perderão seus mandatos. A decisão foi adotada por cinco votos a quatro, em votação concluída na sessão desta segunda-feira (17) no julgamento do esquema, em Brasília. Foi o último dia dos mais de quatro meses do julgamento do mensalão, o mais longo julgamento da história do Supremo Tribunal Federal. 

LEIA REPORTAGEM COMPLETA E  SAIBA TAMBÉM , QUEM SÃO  OS  SUPLENTES  QUE  PODERÃO ASSUMIR OS MANDATOS  DOS  CONDENADOS.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

POSSE DE JOAQUIM BARBOSA COMO O NOVO PRESIDENTE DO STF.

A posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) reúne autoridades e artistas que lotam o plenário da Corte e outras áreas

Justiça

Em posse de Barbosa, procurador critica proposta que tira poder de investigação do MP 

Proposta foi aprovada em comissão especial da Câmara e vai a plenário. Para Gurgel, trata-se de um "atentado ao estado democrático de direito”


O procurador-geral da República Roberto Gurgel utilizou nesta quinta-feira o discurso que fez na posse do ministro Joaquim Barbosa como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma espécie de desagravo contra a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tenta limitar os poderes de investigação do Ministério Público. A PEC 37 foi aprovada nesta quarta-feira em uma comissão especial da Câmara dos Deputados e agora passará por dois turnos de votação na casa legislativa.

A restrição dos poderes do MP foi classificada por Roberto Gurgel como um dos “maiores atentados que se pode conceber ao estado democrático de direito”. De acordo com ele, em todo o mundo o Ministério Público tem funções de investigação, ainda que complementares às da autoridade policial. As exceções, lembrou, são Quênia, Indonésia e Uganda. A PEC aprovada nesta quarta prevê, entre outros pontos, que o Ministério Público não pode iniciar investigações, tarefa que seria restrita à polícia.

“Apenas três países do mundo vedam a investigação do MP. Convém que nos unamos a esse restritíssimo grupo?”, questionou. “O Ministério Público não quer e jamais pretendeu substituir a polícia ou órgãos de investigação que desempenharam papel importantíssimo. Não se pode esquecer que a maior garantia da sociedade está na independência funcional dos integrantes do Ministério Público, que os preserva das ingerências hierárquicas externas que se veem em outros órgãos investigativos”, afirmou o procurador-geral.

O STF iniciou julgamento para definir os limites de atuação do MP, mas o caso foi paralisado por um pedido de vista do ministro Luiz Fux em junho. O processo em pauta tem repercussão geral, o que significa que, quando concluído, terá sua decisão será aplicada a todos os casos semelhantes. 

Responsável por pedir a condenação de 36 pessoas no julgamento do mensalão – o STF acabou por condenar 25 réus – Roberto Gurgel não fez referência direta às pressões resultantes da penalização de políticos como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Ainda assim, questionou: “Seria mais uma retaliação a instituição pelo cumprimento de sua missão constitucional? Essa é uma das perguntas que à sociedade cabe formular”.

A posse de Joaquim Barbosa foi prestigiada por artistas e ex-atletas, entre os quais o tricampeão mundial de Formula 1, Nelson Piquet, o ex-jogador de futebol Dario Alegria e os atores Milton Gonçalves, Regina Casé e Lázaro Ramos. O cantor Martinho da Vila chegou a entoar o samba-enredo Sonho de um Sonho em homenagem ao ministro: “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado, um sonho de um sonho, magnetizado, as mentes abertas, sem bicos calados”. O Hino Nacional foi interpretado pelo artista e bandolinista Hamilton de Holanda.
Os ex-ministros Sepúlveda Pertence, Nelson Jobim, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Ayres Britto, além da presidente Dilma Rousseff, estavam presentes.

VEJA

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PT - BANDIDOS SEM O MÍNIMO DE ESCRÚPULOS.

Os convites para a cerimônia de posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo, dia 22 de novembro, já estão sendo providenciados. 

A presidente Dilma Rousseff, o deputado Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara e José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, recebem oficio, de acordo com o Cerimonial.

O ex-presidente Lula, em seus tempos de Planalto, esteve nas posses dos ministros Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Ellen Gracie. 

A cúpula do PT pressiona a presidente Dilma para arrumar uma desculpa e não aparecer na posse de Barbosa, o que seria considerado mais do que um insulto, ganhando sérias seqüelas. 

Nem o ex-presidente Lula, até agora, tentou convencer Dilma a não ir na posse de Barbosa. Mais: a mesma cúpula do PT começa a pressionar a Chefe do Governo para indultar petistas condenados (é prerrogativa da Presidência), o que seria outro descalabro.(Giba Um)
* * *
Manhã  dessas , ouvindo  a Jovem Pan, que entrevistava um professor  da USP, comparava  a quadrilha de  mensaleiros  do  PT, a quem ele  os  qualificava  como  bandidos, que  a  única  diferença entre eles  e  os  bandidos  que  atuam em  São  Paulo  e  Rio  de  Janeiro, eram que  esses  últimos  usam  armas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PT- ABSOLVENTES LEWANDOWSKI

Na  hora de  votar  no 2º  turno das  eleições, lembre-se  do que esse  petralha, capacho  do  Lula  fez em detrimento  da  moral, da  dignidade, da  justiça brasileira.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

RATOS E HOMENS -

Ratos e homens
 
(11.09.12)
Por José Roberto Guzzo,
jornalista

Quando o ex-presidente Lula indicou o nome do procurador Joaquim Barbosa para o STF, em 2003, aplaudiu a si mesmo por mais esse lance da genialidade política que lhe é atribuída. Tomava-se, com isso, “o primeiro presidente deste país” a levar um negro à mais alta corte de Justiça do Brasil - o que não é bem assim, pois antes de Barbosa o STF teve dois ministros mulatos, já esquecidos na bruma dos tempos.
 

Mas o que vale nas coisas da política, em geral, é o que se diz - e o que se disse é que havia ali um plano magistral. O novo ministro, agradecido pela honra recebida, seria um belo amigo do governo nas horas difíceis. Acontece que os melhores planos, muitas vezes, não acabam em bons resultados; o que decide tudo, no fim das contas, são os azares da vida.
 

O grande problema para Lula foi que o único negro disponível para ocupar o cargo era Joaquim Barbosa - e ali estava, possivelmente, uma das pessoas menos indicadas para fazer o que esperavam dele.
Para começo de conversa, Barbosa dá a impressão de detestar, positivamente, o rótulo de primeiro “ministro negro” do STF. Não quer que pensem que está lá para preencher alguma espécie de “cota”; a única razão de sua presença no STF, julga o ministro, são seus méritos de jurista, adquiridos em anos de trabalho duríssimo e sem a ajuda de ninguém. Nunca precisou do apoio da “comunidade negra”, nem da secretaria da igualdade racial, ou coisa que o valha.
 

Também não parece se impressionar, nem um pouco, com gente de origem humilde. É filho de um pedreiro do interior de Minas Gerais, tomou-se arrimo de família na adolescência e ao contrário de Lula, que não bate ponto desde que virou líder sindical, em 1975, Barbosa começou a trabalhar aos 16 anos de idade e não parou até hoje.
O ministro, além disso, é homem de personalidade notoriamente difícil, sujeita a ásperas mudanças de humor e estoques perigosamente baixos de paciência. É atormentado por uma hérnia de disco que lhe causa dores cruéis e o obriga muitas vezes a ficar de pé durante as sessões do STF. É, em suma, o tipo de pessoa que se deve tratar com cuidado.
 

Lula e o PT fizeram justamente o contrário. Quando Barbosa se tornou relator no processo do mensalão, em 2006, continuaram apostando todas as fichas na histórica impunidade com que são premiados no Brasil réus poderosos e capazes de pagar advogados caros. Descobriram, agora, que o trabalho de Barbosa puxou as condenações em massa no julgamento do mensalão -  e jogou uma banana de dinamite no sistema de corrupção que há dez anos envenena a vida pública no Brasil.
A primeira trovoada séria veio quando o ministro aceitou a denúncia da procuradoria contra os quarenta do mensalão. Na época, o único deles com cabeça foi o ex-secretário-geral do PT Silvio “Land Rover” Pereira; não contestou a acusação, foi punido com prestação de “serviços comunitários” e acabou resolvendo seu caso a preço de custo.
 

Os demais, guiados pelo farol de Lula, preferiram ficar debochando. Durante o tempo todo, ele sustentou que o mensalão “nunca existiu”. Quando o julgamento começou, disse que não iria acompanhar nada: “Tenho mais o que fazer”.
 

Delúbio Soares, operador-mor do guichê de pagamento do esquema, afirmou que tudo iria acabar em “piada de salão”.
 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, garantiu que o povo estava interessado, mesmo, é na novela das 9. O que queriam com isso? Imaginavam que Joaquim Barbosa, trabalhando como um burro de carga, com a tortura da dor nos quadris e seu temperamento de porco-espinho, estava achando engraçado ouvir que o seu esforço era uma palhaçada inútil?
 

Lula e sua tropa tinham certeza de que o processo iria se arrastar até o Dia do Juízo Final. O ministro Barbosa, hoje, poderia dizer: “Não contavam com a minha astúcia”. No caso, sua astúcia foi entender a diferença entre “muito tempo” e “nunca”. Tudo seria demorado, claro. Mas ele tinha certeza de que terminaria o seu trabalho - e que os 80% de popularidade de Lula, aí, não iriam servir para nada.
Em sua curta obra-prima "Ratos e Homens", um dos clássicos da literatura populista americana, John Steinbeck se inspira num antigo poema escocês para nos dizer que os mais bem cuidados planos deste mundo, sejam feitos por ratos ou por homens, são coisas frágeis; podem ser desfeitos pela roda do acaso, que é indiferente tanto aos projetos mais humildes quanto aos mais ambiciosos, e só acabam deixando mágoa e dor.
 

Joaquim Barbosa talvez faça com que os mensaleiros se lembrem disso por muito tempo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

BANCO SANTANDER REQUEREU O IMPEDIMENTO DA MINISTRA ROSA WEBER.

GRATIFICAÇÕES SEMESTRAIS – BANCO SANTANDER REQUEREU O IMPEDIMENTO DA MINISTRA ROSA WEBER.


26/09/2012

Por meio de petição protocolada no Supremo Tribunal Federal – STF, na última sexta-feira e que somente ontem foi juntada aos autos, o Banco Santander requereu que seja declarado o impedimento da Ministra Rosa Weber para julgar o processo das gratificações semestrais. Argumentou o Banco que a Ministra em questão já havia participado do julgamento na Seção de Dissídios Individuais-SDI do Tribunal Superior do Trabalho-TST quando o processo ali se encontrava, estando impedida, portanto, no seu entendimento, de participar do julgamento do mesmo caso no STF.
 
Como se trata de questão nova, que somente ontem passou a constar dos autos do processo, os nossos advogados estão analisando o assunto, para avaliar as possibilidades de que o impedimento pretendido pelo Banco venha a ser acolhido e as possíveis consequências no andamento do processo.
 
AFABESP – DIRETORIA

* *  *
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Exclusivo - O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa.

Inteligência do Exército protege Barbosa

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alertawww.fiquealerta.net  
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Exclusivo - O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa – relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ao montar esquema especial para dar segurança a Barbosa – que sempre foi avesso a isto -, empregando seus homens lotados na Agência Brasileira de Inteligência, o EB atropelou o Palácio do Planalto e a cúpula da Polícia Federal ligada aos esquemas petralhas de poder.

Apenas como contraponto: os ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli também contam com proteção intensa. Só que de agentes da Polícia Federal – e não da turma verde-oliva lotada na Abin. A proteção a Barbosa não é só física. Tudo que se fala dele e sobre ele, nos ambientes de poder, também é monitorado. Além disso, todo o sistema telefônico da residência e de seu gabinete no STF foi alterado e passa por uma constante ação de pente fino.


A iniciativa de proteger Barbosa tão intensamente gera uma crise. A Presidenta Dilma Rousseff, como Comandante-em-chefe das Forças Armadas, sequer foi consultada sobre a medida. A blindagem ao Barbosa foi decidida entre alguns integrantes do Alto Comando do Exército e o General José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Aumentará em muito a guerra não-declarada e a insatisfação pessoal mútua entre Dilma e seu ministro Elito.


No fundo, a proteção especial a Barbosa é mais uma operação montada pela chamada “Comunidade de Informações” que sempre tenta agir de forma invisível – embora quase sempre não consiga em uma Brasília cercada de ouvidos eletrônicos em todos os buracos do poder. Em tempos passados, tal comunidade era famosa por vigiar e detonar a esquerda explicitamente. A turma do SNI botava medo. A turma da Abin ligada ao EB – onde a petralhada ainda não conseguiu se infiltrar explicitamente – tenta ser mais “light”.


Agora, pelo menos no reservado discurso da comunidade de informações, a ordem é não contribuir para ampliar um vácuo institucional que se desenha com o resultado do julgamento do Mensalão – que deve atingir em cheio a cúpula petralha, ainda com consequências imprevisíveis de um respingo escatológico no mito Luiz Inácio Lula da Silva (que ainda alimenta o sonho de voltar à Presidência da República).


A tensão entre Dilma e a caserna pode aumentar ainda mais com o Mensalão. Já era enorme por causa da Comissão da Verdade que tomou a decisão fora da lei de perseguir os agentes do Estado acusados de cometer crimes apenas na Era pós-1964. Apoiada por Dilma, a CV quebrou um acordo firmado com os militares, costurado quando Nelson Jobim era ministro da Defesa, de que os crimes de sequestro, terrorismo e assassinato cometidos pelos militantes de esquerda também seriam investigados.


Alguns Generais já se sentem traídos por Dilma. Mas se a traição vai gerar consequências institucionais é um desdobramento imprevisível. A cúpula militar na ativa é publicamente contrária a qualquer virada de mesa. Se os Generais pensam, sinceramente, da mesma forma, na intimidade, são outros quinhentos batalhões. Dilma e seus radicalóides estão provocando a onça com varinha curta.


Além disso, com o próprio Ministério da Defesa, a cúpula militar nunca se sentiu satisfeita por ficar simbolicamente subordinada ao ministro Celso Amorim que tem como assessor-especial José Genoíno – ex-guerrilheiro da luta armada pós-64 e com grandes chances de ser condenado no processo do Mensalão em que o agora protegido Joaquim Barbosa brilha como “grande herói” da República. Na ironia, os militares sõ não têm mais bronca de Genoíno porque alegam que ele entregou, sem qualquer tortura, todos os seus companheiros na Guerrilha do Araguaia...


Indo de uma cachorrice a outra cachorrada, a inteligência militar teme que a petralhada arme ilegalidades para obstruir o julgamento do Mensalão. A mais previsível já se tornou pública e, se acontecer, pode ser a senha para a abertura da portinha do vácuo institucional: que o novo ministro do STF, Teori Zavascki, indicado pelo ex-marido de Dilma Rousseff, tome posse e cometa a imprudência de pedir vistas do processo de mais de 50 mil páginas do Mensalão. Se tal manobra embromatória for adotada, para atrasar o resultado final do julgamento em até seis meses, nem Deus sabe o que poderá acontecer...


A leitura de nossa conjuntura atual é bem simples e roceira. A vaca já está no brejo. Se o Boi vai também... Aí são outros R$ 350 milhões de reais desviados e divididos pelos bandidos no esquema do Mensalão. Na avaliação mais tímida da comunidade de informações – que protege Barbosa e também vigia, cuidadosamente, todos os prováveis condenados na Ação Penal 470 -, o ex-presidente Lula da Silva teria pelo menos 35 milhões de motivos concretos para se preocupar – e muito – com as consequências de ter tantos companheiros e parceiros vendo o sol nascer quadrado...


Enquanto o mito Lula pode se desmantelar entre os segmentos esclarecidos (ou entre os menos ignorantes), o mito de Joaquim Barbosa começa a ser construído e lapidado. Resta aguardar para saber quem será beneficiado com a demolição de um e a edificação de outro. Enquanto isto, os militares ficam iguaizinhos àquele papagaio verde-oliva da piada do português. Nada falam... Mas prestam uma atenção...


“E sabem de absolutamente tudo que acontece no Brasil” – como fez questão de ressaltar um quatro estrelas numa certa noite estrelada de um jantar fechadíssimo na caserna, com todo mundo vestindo a pós-moderna farda de civil sem gravata - exceto o coronel da inteligência e das Forças Especiais, trajado feito um Rambo, para garantir a proteção na porta do salão...

O perigo é que aqueles que fingem não saber de nada continuam agindo no submundo do Governo do Crime Organizado... Até quando? Nem Deus deve saber mais... Ou será o Barbosa (um dos Deuses do Supremo e agora um togado blindado pelas fardas da inteligência) sabe?


Se souber, conta que a gente divulga por aqui... Até porque, neste mundo pontocom, nem a identidade do pobre do Batman é mais secreta... O verdadeiro endereço da Batcaverna, talvez...


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 23 de Setembro de 2012.

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domingo, 16 de setembro de 2012

STF COMEÇA A JULGAR ZÉ DIRCEU. A PARTIR DE SEGUNDA FEIRA.(17/09)



O julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) entrará na sétima semana e, a partir de segunda-feira, os ministros começam a analisar o item 6, que tem entre os réus o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

Com este item, os ministros vão analisar se houve compra de votos de políticos de partidos aliados ao governo no Congresso. Dirceu é apontado na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) como "chefe da quadrilha" responsável pelo suposto esquema, do qual Valério seria o principal operador.

O relator Joaquim Barbosa começará a narrar os crimes atribuídos aos políticos da suposta organização. Será seguido pelo revisor e depois vem o votos dos demais ministros. O presidente do STF, Ayres Britto, deve tentar na segunda-feira propor mais uma vez que os ministros façam sessões extras para acelerar o julgamento. Ayres completa 70 anos em novembro, quando terá que se aposentar. O ministro Marco Aurélio Mello, por exemplo, já se manifestou contra a ideia.

A proposta que partiu de Joaquim Barbosa deverá ser discutida novamente no início da sessão. A ideia surgiu no início da semaana. Mas, na quarta-feira, num almoço do gabinete de Ayres, ministros presentes ao encontro rejeitaram a sugestão. Na quinta-feira, Barbosa voltou a pedir sessões adicionais para, segundo ele, evitar atrasos no julgamento

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MARCO MAIA - PT/RS- declarou na noite passada que, na hipótese de o STF decidir pela perda do mandato do réu João Paulo Cunha (PT-SP), a sentença não será cumprida automaticamente. Segundo ele, a palavra final caberá à Câmara, não ao Supremo.


Para Marco Maia, mesmo se STF ordenar, perda do mandato de João Paulo ‘não será automática’

Houve um tempo em que não havia quem contestasse o brocardo segundo o qual decisão judicial não se discute, cumpre-se. Hoje, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), anima-se a discutir.

O deputado declarou na noite passada que, na hipótese de o STF decidir pela perda do mandato do réu João Paulo Cunha (PT-SP), a sentença não será cumprida automaticamente. Segundo ele, a palavra final caberá à Câmara, não ao Supremo.

O companheiro de João Paulo alega que o artigo 55 da Constituição condiciona a cassação do mandato do deputado à abertura de procedimento disciplinar. Algo que dependeria de decisão da Mesa diretora da Câmara ou de representação de um partido político.

O artigo mencionado pelo doutor prevê, no inciso IV, que será excluído do Legislativo o deputado ou o senador “que perder ou tiver suspensos os direitos políticos”. Não há, em relação a essas duas hipóteses, previsão de processo disciplinar.

Na semana passada, a maioria dos ministros do STF votou pela condenação de João Paulo. Réu no processo do mensalão, o deputado foi enquadrado em três artigos do Código Penal: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e peculato.

A fixação do tamanho da pena será decidida ao final do julgamento. Como tinha encontro marcado com o pijama da aposentadoria, o ministro Cezar Peluso antecipou o seu voto também nesse ponto. Incluiu no castigo a perda do mandato.

Se a posição de Peluso for endossada pela maioria do plenário do STF, a encrenca estará formada. O procurador-geral Roberto Gurgel e o ministro Marco Aurélio Mello declararam que o adeus de João Paulo à Câmara será, sim, automático.

Além de discordar, Marco Maia chama o voto de Peluso de “anomalia” e aciona a barriga: “O resultado não saiu ainda de forma definitiva. Inclusive, alguns ministros podem mudar o seu voto durante o julgamento. Essa é uma questão que nós vamos discutir quando tiver efetivamente uma decisão sobre o caso.”

Para ele, o tema não irá à pauta da Câmara tão cedo. “É uma questão que deve acontecer para meados do próximo ano, não é para agora, não terá que ser discutida, debatida neste momento.” Como se vê, em certas matérias, Marco Maia é mais petista do que chefe de uma das Casas do Legislativo.

domingo, 26 de agosto de 2012

O STF corre perigo Marco Antonio Villa


O Estado de S.Paulo - 26/08


No julgamento do mensalão o Supremo Tribunal Federal (STF) está decidindo a sua sorte. Mas não só: estará decidindo também a sorte da democracia brasileira. A Corte deve servir de exemplo não só para o restante do Poder Judiciário, mas para todo cidadão. O que estamos assistindo, contudo, é a um triste espetáculo marcado pela desorganização, pelo desrespeito entre seus membros, pela prolixidade das intervenções dos juízes e por manobras jurídicas.

Diferentemente do que ocorreu em 2007, quando do recebimento do Inquérito 2.245 - que se transformou na Ação Penal 470 -, o presidente Carlos Ayres Britto deixou de organizar reuniões administrativas preparatórias, que facilitariam o bom andamento dos trabalhos. Assim, tudo passou a ser decidido no calor da hora, sem que tenha havido um planejamento minimamente aceitável. Essa insegurança transformou o processo numa arena de disputa política e aumentou, desnecessariamente, a temperatura dos debates.

Desde o primeiro dia, quando toda uma sessão do Supremo foi ocupada por uma simples questão de ordem, já se sinalizou que o julgamento seria tumultuado. Isso porque não interessava aos petistas que fosse tomada uma decisão sobre o processo ainda neste ano. Tudo porque haverá eleições municipais e o PT teme que a condenação dos mensaleiros possa ter algum tipo de influência no eleitorado mais politizado, principalmente nas grandes cidades. São conhecidas as pressões contra os ministros do STF lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente agiu de forma indigna. Se estivesse no exercício do cargo, como bem disse o ministro Celso de Mello, seria caso de abertura de um processo de impeachment.

A lentidão do julgamento reforça ainda mais a péssima imagem do Judiciário. Quando o juiz não consegue apresentar brevemente um simples voto, está sinalizando para o grande público que é melhor evitar procurar aquela instância de poder. O desprezo pela Justiça enfraquece a consolidação da democracia. Quando não se entende a linguagem dos juízes, também é um mau sinal. No momento em que observa que um processo acaba se estendendo por anos e anos - sempre havendo algum recurso postergando a decisão final - a descrença toma conta do cidadão.

Os ministros mais antigos deveriam dar o exemplo. Teriam de tomar a iniciativa de ordenar o julgamento, diminuir a tensão entre os pares, possibilitar a apreciação serena dos argumentos da acusação e da defesa, garantindo que a Corte possa apreciar o processo e julgá-lo sem delongas. Afinal, se a Ação Penal 470 tem enorme importância, o STF julga por ano 130 mil processos. E no ritmo em que está indo o julgamento é possível estimar - fazendo uma média desde a apresentação de uma pequena parcela do voto do ministro Joaquim Barbosa -, sendo otimista, que deverá terminar no final de outubro.

Esse julgamento pode abrir uma nova era na jovem democracia brasileira, tão enfraquecida pelos sucessivos escândalos de corrupção. A punição exemplar dos mensaleiros serviria como um sinal de alerta de que a impunidade está com os dias contados. Não é possível considerarmos absolutamente natural que a corrupção chegue até a antessala presidencial. Que malotes de dinheiro público sejam instrumento de "convencimento" político. Que uma campanha presidencial - como a de Lula, em 2002 - seja paga com dinheiro de origem desconhecida e no exterior, como foi revelado na CPMI dos Correios e reafirmado na Ação Penal 470.

A estratégia do PT é tentar emparedar o tribunal. Basta observar a ofensiva na internet montada para pressionar os ministros. O PT tem uma vertente que o aproxima dos regimes ditatoriais e, consequentemente, tem enorme dificuldade de conviver com qualquer discurso que se oponha às suas práticas. Considera o equilíbrio e o respeito entre os três Poderes um resquício do que chama de democracia burguesa. Se o STF não condenar o núcleo político da "sofisticada organização criminosa", como bem definiu a Procuradoria-Geral da República, e desviar as punições para os réus considerados politicamente pouco relevantes, estará reforçando essa linha política.

Porém, como no Brasil o que é ruim sempre pode piorar, com as duas aposentadorias previstas - dos ministros Cezar Peluso, em setembro, e Ayres Britto, em novembro - o STF vai caminhar para ser uma Corte petista. Mais ainda porque pode ocorrer, por sua própria iniciativa, a aposentadoria do ministro Celso de Mello. Haverá, portanto, mais três ministros de extrema confiança do partido - em sã consciência, ninguém imagina que serão designados ministros que tenham um percurso profissional distante do lulopetismo. Porque desta vez a liderança petista deve escolher com muito cuidado os indicados para a Suprema Corte. Quer evitar "traição", que é a forma como denomina o juiz que deseja votar segundo a sua consciência, e não como delegado do partido.

Em outras palavras, o STF corre perigo. E isso é inaceitável. Precisamos de uma Suprema Corte absolutamente independente. Se, como é sabido, cabe ao presidente da República a escolha dos ministros, sua aprovação é prerrogativa do Senado. E aí mora um dos problemas. Os senadores não sabatinam os indicados. A aprovação é considerada automática. A sessão acaba se transformando numa homenagem aos escolhidos, que antes da sabatina já são considerados nomeados.

Poderemos ter nas duas próximas décadas, independentemente de que partido detenha o Poder Executivo, um controle petista do Estado brasileiro por intermédio do STF, que poderá agir engessando as ações do presidente da República. Dessa forma - e estamos trabalhando no terreno das hipóteses - o petismo poderá assegurar o controle do Estado, independentemente da vontade dos eleitores. E como estamos na América Latina, é bom não duvidar.

Quem rouba Jesus merece perdão?

 ITAMAR FRANCO E O CRUCIFIXO ROUBADO PELO LULA.
Por Jorge Serrão

A prática do Mensalão não tem data para terminar no Brasil dos corruptos. Se o mensalão deixar de existir, automaticamente, também se extingue o Governo do Crime Organizado – definido como a associação entre bandidos e servidores públicos para usurpar a máquina estatal nos âmbitos municipal, estadual e federal. Em parcerias com maus políticos profissionais (que redundância), as quadrilhas aprimoram os mecanismos de assalto à coisa pública, apesar das constantes denúncias que terminam majoritariamente impunes, transmitindo a impressão de que o “crime compensa”.


O polêmico julgamento do Mensalão tem passado justamente tal imagem de impunidade à cada vez mais cética opinião pública. As pergunta mais simples feitas entre os incrédulos na Justiça são: o julgamento do mensalão é o único importante? E os outros assaltos aos cofres públicos,como ficam? Será que o Supremo Tribunal Federal vai mesmo condenar a maioria dos mensaleiros? Por que e como, se houve mensalão, como sustenta a Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente Lula da Silva foi poupado nas denúncias de crimes cometidos por seus auxiliares de governo, inferiores hierárquicos que obedeciam às suas ordens e liderança?


Além do risco de impunidade, pois o STF está claramente dividido entre seis que desejam condenar e outros cinco que preferem poupar a maioria dos réus, agora surge o perigo de tal julgamento da Ação Penal 470 se prolongar muito além do previsto. Um dos ministros da corte suprema que cultiva o hábito de expressar sua opinião “na lata”, Marco Aurélio de Mello, já advertiu seu receio de que o julgamento “não termine até o final do ano." Tudo que a petralhada deseja é que o caso seja empurrado com a suprema toga...


O temor de Marco Aurélio pode se tornar realidade a partir de segunda-feira, quando o ministro-relator do processo, Joaquim Barbosa, tentará replicar o voto do ministro-revisor Ricardo Lewandowiski favorável à absolvição do deputado federal João Paulo Cunha – um dos principais cardeais da cúpula petista. Lewandowiski já prepara uma tréplica. A guerra entre os dois pode se prolongar tanto que existe o risco real de nem sobrar tempo para o ministro Cesar Peluzo ter a chance de apresentar seu voto, antes da aposentadoria forçada na quinta-feira que vem.


Marco Aurélio chamou a atenção para o risco de um confronto interminável entre Barbosa e Lewandowiski: "Pelo visto as discussões tomarão um tempo substancial. Elas se mostram praticamente sem baliza. Precisamos, como eu disse, racionalizar os trabalhos e deixar que os demais integrantes se pronunciem. Vence, num colegiado, a maioria".


O tempo perdido, a impunidade programada, o desgaste de imagem do Supremo (que não era o lugar ideal para julgar o mensalão, e sim a Justiça Federal em primeira instância) – tudo isto joga em favor dos mensaleiros. Tudo que a maioria deles roubou está bem guardada e investida – parte, inclusive, no cassino eleitoral municipal, onde os cidadãos-eleitores-contribuintes continuarão apostando seu voto para perder cada vez mais com novos bandidos eleitos para o Governo do Crime Organizado.


Triste sina de um País no qual ignorantes legitimam ignóbeis ladrões da demo-cracia (que só pode ser mesmo o “governo do demônio”). Aliás, só um verdadeiro cramulhãopara roubar o crucifixo fixado na parede da sala do Presidente da República, no Palácio do Planalto, desde a gestão de Itamar Franco. Quem rouba Jesus Cristo merece perdão?


Se existe mesmo Justiça Divina, que a mão de Deus seja menos leve que a do chefão impune dos mensaleiros que afanou o crucifixo. Amém! 


© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 26 de Agosto de 2012.