quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CASO SANTANDER - Lula vira banqueiro e demite quatro do Santander.

Caso Santander: banco demitiu quatro funcionários

"Não recebemos, e nem aceitaríamos, qualquer tipo de pressão externa para adotar as medidas que tomamos", disse VP de Comunicação do banco. Mas as demissões aconteceram depois de manifestações furiosas do PT.


Da Folha de S.Paulo:
 Caso Santander: banco demitiu quatro funcionários
O banco Santander demitiu quatro funcionários, e não apenas um como pensava. A causa da dispensa foi o informe distribuídos a clientes de alta renda, que mostrava a reeleição de Dilma Rousseff como uma ameaça à economia do país. A análise deixou furiosos o governo e o PT, que falaram em terrorismo eleitoral e em boicote ao banco. O resultado foi a demissão, justificada pelo banco como desrespeito ao código de conduta interno, porém coincidente com declarações de Lula sobre a superintendente de investimentos do Santander, que também foi demitida.

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Lula vira banqueiro e demite quatro do Santander.

 Lula, vitorioso, obrigou o Santander a demitir quatro funcionários por terem feito uma análise correta sobre a economia brasileira.

O banco Santander demitiu quatro funcionários --e não apenas um, como se imaginava até agora-- por causa do polêmico informe distribuído a clientes VIPs em julho, no qual descreve a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) como uma ameaça à economia do país. Enviada a correntistas de alta renda, a análise provocou reações agressivas do governo e do PT, que falaram em terrorismo eleitoral e em boicote contra o banco. O Santander assumiu ter cometido um erro e pediu desculpas publicamente.

No mercado financeiro, passou-se a especular que a direção do banco teria cedido a pressões e promovido as demissões para acalmar Dilma e seu partido. "Não recebemos, nem aceitaríamos, qualquer tipo de pressão externa para adotar as medidas que tomamos" disse à Folha Marcos Madureira, vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander.

O executivo não quis falar sobre o número de demitidos apurado pela Folha. Mas disse que foram dispensados por "desrespeitar" o código de conduta interno, que proíbe os funcionários de fazer "análises e posicionamentos com conteúdo político ou partidário" em nome do banco. "O descumprimento dessa diretriz nos colocou no centro de um debate político, que não nos cabe", afirmou Marcos Madureira.

Os quatro demitidos eram da área Select, focada nos clientes com renda acima de R$ 10 mil por mês. A autora da análise --enviada com o extrato dos clientes-- foi a gerente de investimentos. O trecho crítico dizia que, se Dilma melhorasse nas pesquisas, os juros e o dólar subiriam e a Bolsa cairia.
 Sinara, demitida por ordem do Lula.

Os outros três colegas perderam o emprego porque deixaram o texto passar desse jeito. A mais graduada era Sinara Polycarpo Figueiredo, superintendente da área. A Folha não conseguiu localizar os demitidos. À revista "Exame" Sinara disse: "Minha trajetória é impecável e bem-sucedida. Portanto, jamais poderá estar associada a qualquer polêmica".

AGRESSIVIDADE

No mercado financeiro, houve surpresa com a reação do governo e a agressividade do PT. Em sabatina promovida pela Folha em parceria com o portal UOL, o SBT e a rádio Jovem Pan, Dilma disse que o episódio era "lamentável" e "inadmissível". O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a responsável pela análise não entendia nada do Brasil: "Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim".

A Folha conversou com os presidentes de dois bancos e de um fundo de investimentos estrangeiros. Eles pediram para não ter seus nomes publicados, mas disseram que o governo teria usado o episódio para explorar politicamente o papel de vítima do mercado financeiro. Afirmam que o episódio os deixou inseguros e, por isso, aumentaram os filtros sobre as análises que produzem, para torná-las "menos enfáticas", como disse um deles.

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