Por Fábio Fabrini | Agência Estado
Ao assumir seus cargos após a chamada "faxina ética" promovida pelo
Planalto, os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), e
do Trabalho, Brizola Neto (PDT-RJ), usaram a caneta de suas pastas para
pagar emendas parlamentares propostas por eles mesmos no Congresso,
quando ainda eram deputados.
Um terceiro
ministro, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), da Integração Nacional,
reservou fatia generosa de recursos destinados por sua pasta para
agraciar, em ano de campanha, projeto apadrinhado pelo seu filho, o
deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), candidato à
Prefeitura de Petrolina.
Na Agricultura, Mendes Ribeiro já pagou R$ 1,2 milhão para emendas de
sua autoria em 2012 - ele figura entre os quatro maiores beneficiados
com recursos. O dinheiro foi repassado em maio para seis municípios do
Rio Grande do Sul nos quais o ministro teve boa votação em 2010: Passa
Sete, Segredo, Doutor Ricardo, Barros Cassal, Salto do Jacuí e Tunas -
os últimos quatro municípios são administrados pelo PMDB, partido do
ministro. Segundo o sistema controle orçamentário do governo, os
recursos liberados bancaram projetos de "desenvolvimento do setor
agropecuário"
No Trabalho, Brizola Neto já liberou R$ 1,8 milhão para projetos
apadrinhados pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho
da Força, que disputa a Prefeitura de São Paulo. O valor é o mais alto
pago este ano. Bancou programas de habilitação de trabalhadores ao
Seguro Desemprego e de "orientação e intermediação" de mão de obra em
São Paulo.
O segundo no ranking é o próprio ministro, empossado em 3 de
maio. Quatro dias depois, a pasta pagou R$ 599.900, referentes a uma
emenda dele, para a Prefeitura de Belford Roxo, sua base eleitoral - a
cidade é administrada pelo aliado PT. O valor bancou projeto para
elevação da escolaridade e qualificação profissional de trabalhadores no
Programa ProJovem.
Brizola Neto sucedeu a Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, que pediu demissão em 2011 sob suspeitas de favorecer a sigla.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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